Hoje é dia de Tripas à Moda do Porto

Hoje é dia de Tripas à Moda do Porto, parte 2: Lamento desiludir os ferverosos apaixonados da obra-prima da gastronomia portuense, mas o famoso prato não foi inventado aquando da partida das caravelas do Infante D. Henrique na conquista de Ceuta e muito menos no célebre episódio do Cerco de Lisboa, em que a lenda conta que os generosos tripeiros ofereceram toda a sua carne aos "pobres" alfacinhas, sitiados pelas hordas castelhanas. Efetivamente a história explica-nos que foram as tribos bárbaras que introduziram esta iguaria no prato não só na "portus cale" mas um pouco por toda a Ibéria, sendo igualmente famosos os "callos a la madrileña" (como bem me recordou a minha querida amiga Maria Jose Canser, com um comentário no meu post anterior e em jeito de convite!) ou nas Astúrias. Este prato acompanhou suevos mas sobretudo os visigodos, estes últimos tidos como os responsáveis por espalhar o apurado exemplar gastronómico pela Europa. Esta é a razão porque encontramos receitas mais ou menos semelhantes ao prato que está na origem da alcunha maior das gentes do Porto. Assim, encontramos esta iguaria na Polónia (com o nome de Salceson Flaki), na Alemanha (Grune Bohenen Mumm) ou na região francesa da Provença (Les Haricots blanc avec des tripes d'agneau). Nas fotos: as nossas tripas à moda do Porto, os callos a la Madrileña e os Haricots des Tripes. #historiadoporto #tripasamodadoporto,#callosalamadrilena #gastronomia #Porto

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