NÃO TARDA MUITO PARA VER NASCER AS PAPOULAS NOS CAMPOS DA FLANDRES.
Texto originalmente publicado no blogue Politics and Flags, disponível em: https://politicsandflags.wordpress.com/2020/01/18/nao-tarda-muito-para-ver-nascer-as-papoulas-nos-campos-da-flandres/
A uma hora e pouco de Bruxelas, na região da Flandres Ocidental, em Ypres, podemos contemplar, a partir dos inícios da Primavera, a magnífica paisagem proporcionada pelo florir de Campos e campos de papoulas. A sua cor avermelhada forte cobre a terra como se de um manto escarlate se tratasse, até perder de vista. Um cenário que inspirou autores e artistas plásticos por várias gerações. Mas uma geração em particular ficou intimamente ligada à esta paisagem, a geração dos muitos soldados britânicos, da Commonwealth, belgas e franceses que nestes campos perderam a vida, nas várias batalhas da frente ocidental da I Grande Guerra que aqui se desenrolaram. Ainda hoje no “Remembrence Day” ou Dia do Armistício, a 11 de Novembro, se recordam os episódios fatídicos ocorridos nos campos da Flandres. Dessa memória desponta um poema que nos alude a esses campos de papoulas, que ainda hoje são generosamente protegidos e cuidados pelas populações em sinónimo de respeito, um poema do tenente-coronel canadiano John McCrae. Nesse fatídico lugar, o médico de profissão, viu tombar o seu amigo Alexis Helmer e depois da cerimónia fúnebre, a 15 de Maio de 1915, McCrea terá redigido um poema que ainda hoje ecos por todas as nações aliadas que tomaram parte da I Guerra Mundial: “In Flanders Fields:
“In Flanders fields the poppies blow
Between the crosses, row on row,
That mark our place; and in the sky
The larks, still bravely singing, fly
Scarce heard amid the guns below.
We are the Dead. Short days ago
We lived, felt dawn, saw sunset glow,
Loved and were loved, and now we lie
In Flanders fields.
Take up our quarrel with the foe:
To you from failing hands we throw
The torch; be yours to hold it high.
If ye break faith with us who die
We shall not sleep, though poppies grow
In Flanders fields”.
A tradução:
“Nos campos da Flandres crescem papoilas
Entre as cruzes que, fila a fila,
Marcam o nosso lugar; e no céu
As cotovias, ainda corajosamente a cantar, voam
Escassas, fazendo-se ouvir entre as armas abaixo.
,
Nós somos os Mortos.
Há poucos dias atrás
Vivíamos, sentíamos o amanhecer, éramos amados; agora repousamos
Nos campos da Flandres.
Tomem a nossa guerra com o inimigo
A vós entregamos, das nossas mãos moribundas,
A tocha; que seja vossa, para que a mantenhais ao alto.
Se traírdes a nossa fé, dos que morremos,
Jamais dormiremos, ainda que cresçam papoilas
Nos campos da Flandres.”
Diz a tradição que McCrea não terá apreciado o seu trabalho e terão sido os seus companheiros a guardar o poema que hoje se encontra inscrita nas “Remembrance Stones” (Pedras da Memória”) que se encontram nos países que viram morrer soldados em Ypres. Na imagem pintura do norte-americano Robert Vonnoh intitulada “Flanders Fields were Soldiers sleep and poppies grow@. #remembranceday #poppies #lestweforget #wwi #worldwari
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