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O Caminho de Celanova

  • Foto do escritor: Artur Filipe dos Santos
    Artur Filipe dos Santos
  • 17 de ago. de 2015
  • 3 min de leitura
Artur Filipe dos santos - caminho de santiago - caminho de celanova

Artur Filipe dos santos – caminho de santiago – caminho de celanova – Placa do Caminho de Santiago em Ermesinde; Mapa dos Caminhos do Alto Minho

Permitida a transcrição total e parcial deste artigo, com a seguinte citação: Dos Santos, Artur Filipe. . Porto, 17 de Agosto de 2015. Disponível https://omeucaminhodesantiago.wordpress.com/2015/08/17/o-caminho-de-celanova. Acesso em…)

São muitos os autores que se debruçam sobre os Caminhos de Santiago que referem que para grande parte dos peregrinos medievais o Caminho começava “na sua própria porta”.

Não raras vezes os peregrinos buscavam rumar a Compostela por trajetos “não oficiais”, procurando de esta forma proteger-se dos perigos que os espreitava nos caminhos: ladrões salteadores ou burlões e todo o tipo de indivíduos má rês prontos que se ocupavam a espalhar o mal nas rotas abençoadas.

O medo e a necessidade de rumar o mais depressa possível a Santiago são as principais razões por tantos roteiros terem sido criados ao longo dos tempos, a par das rotas ditas “oficiais” como são o Caminho Primitivo, o Caminho Francês, o Caminho do Norte, o Caminho da Prata ou o Caminho Português entre outros.

Só da cidade do Porto iniciam-se nove trajetos rumo a Santiago. Para além dos três caminhos mais utilizados, o de Barcelos, o de Braga e o da Costa, há ainda que ter em conta os chamados Caminhos do Alto Minho: Caminho do Noroeste, Caminho do Lima, Caminho do Norte, Caminho de Celanova, Caminho da Geira Romana, e a Rota Marítima (a que vai por Caminha, Vila Nova de Cerveira e Valença) Existe ainda outro Caminho do Alto Minho, o Caminho de Lamego que se inicia em Amarante, junto à Igreja de S. Gonçalo.

Todos estes caminhos ditos do Alto Minho usam trechos dos três caminhos principais mas que proporcionam experiências de percurso muito interessantes e património cultural, natural e religioso riquíssimo quando se deambula pelos trechos exclusivos destes percursos.

É o caso do Caminho de Celanova. Rota muito antiga e prestigiada na história, apesar de pouco sinalizado sobretudo no Porto e nas cercanias da cidade invicta este trajeto é extraordinariamente interessante sobretudo já no Alto Minho e que têm o seu expoente de beleza na Portela do Homem, junto à fronteira e que o escritor e colunista do jornal galego “La Región”  Antonio Piñeiro advoga que a Rainha Santa Isabel terá por aqui passado numa das suas duas peregrinações a Compostela, tendo os galegos intitulado o restante percurso até Celanova como o “Camiño da Raíña Santa”.

O percurso desta rota a partir do Porto segue o seguinte trajeto: Do Porto vimos da Sé Catedral (onde já adquirimos a Credencial), seguimos em direção à rua de 31 de Janeiro, Rua de Santa Catarina, Praça do Marquês, Rua Costa Cabral, sempre em frente em direção à Areosa e daqui saímos do Porto em direção ao Alto da Maia para seguirmos até Ermesinde (onde existe a estalagem da Travagem e onde se pode pernoitar).

A estrada segue em direção a Santo Tirso onde começamos a encontrar importantes exemplares do património religioso como o Mosteiro de S. Bento, fundado em 978. Continuamos até à cidade berço de Portugal, Guimarães onde nem um dia chega para visitar esta cidade-monumento. O mesmo acontece quando chegamos a Braga, último reduto de concentração urbana de grande escala, a partir daqui o caminho entra na natureza e no tempo ancestral em direção a S. Frutuoso de Montélios onde se encontra um dos templos mais antigos do território português, a Capela de S. Frutuoso, mandada erigir no Séc. VII por este santo que foi bispo de Braga e de Dume.

De seguida caminhamos (ou montados na bicicleta) em direção a Prado, Vila Verde, Terras de Bouro e passarmos a fronteira finalmente na Portela do Homem, no Parque Nacional da Peneda-Gerês, passando pelas suas cascatas e lagoas transparentes e aproveitarmos para descansar os pés e o resto do corpo.

Retemperados seguimos para Lobios, Entrimo, Bande e Celanova, localidade da província de Ourense onde se encontra o espetacular mosteiro de S. Salvador de Celanova, fundado em 942 por S. Rosendo, santo nascido em S. Miguel do Couto, Santo Tirso e que foi bispo de Dume para além de administrador da Sé de Compostela. Diz-se que D. Filipa de Lencastre, esposa do rei D. João I pernoitou neste mosteiro, aquando da sua peregrinação ao túmulo do Apóstolo. S. Rosendo dá o nome à terra que se segue, em direção a Ourense, Lalin e finalmente Santiago de Compostela!

Fica esta sugestão. Bom Caminho.

 
 
 

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