top of page
Buscar

A Lenda do Fantasma do Peregrino

  • Foto do escritor: Artur Filipe dos Santos
    Artur Filipe dos Santos
  • 9 de mai. de 2015
  • 2 min de leitura

(Permitida a transcrição total e parcial deste artigo, com a seguinte citação: Dos Santos, Artur Filipe “A Lenda do Fantasma do Peregrino. Porto, 9 de Maio de 2015. Disponível em https://omeucaminhodesantiago.wordpress.com/2015/05/09/a-lenda-do-fantasma-do-peregrino/. Acesso em…)

IMG_3435
Artur Filipe dos Santos - fantasma do peregrino da catedral de santiago

Quem já percorreu alguns dos Caminhos de Santiago, ou pelo menos já os preparou ou estudou, sabe que os mesmos estão empragnados de histórias, lendas, costumes e rituais. Juan García Atienza foi um dos principais autores que estudou e compilou muito da tradição oral dos trilhos do Apóstolo. Algumas dessas lendas são para os portugueses insones da nossa própria cultura, como a lenda do Galo de Barcelos ou a história de Caio Carpo.

Mas se os caminhos que vão dar a Compostela são ricos em histórias, contos e  magia, a catedral de Santiago emana também muito de sobrenatural ou de superstição. Uma das histórias mais conhecidas é a lenda do fantasma ou da sombra do Peregrino, que todos os dias, há séculos e mais séculos (conta a tradição), ao final da tarde persiste em assombrar a praça da Quintana, junto à torre da Berenguela, entre a porta real e a porta santa (a tal porta que se abre apenas em anos de Xacobeo).

A lenda conta que um padre e uma freira caíram de amores um pelo outro. A freira vivia no convento de São Paio (ou Pelayo) Antealtares.

As personagens desta história proibida  encontravam-se secretamente todas as noites, através de uma passagem que ligava o convento à catedral (por onde as religiosas entravam para o “Laus Perene” ), passando por debaixo da escadaria da Praça da Quintana, que a divide em dois níveis – a Quintana de Vivos (parte superior da praça) e a Quintana de Morto (parte inferior, onde se encontram as referidas portas).

Num desses encontros o clérigo propôs que os dois amantes partissem de de Santiago de Compostela para poderem viver na plenitude o seu amor.  Combinaram encontrar-se no canto da praça, entre as duas portas, na noite seguinte.

O padre, para não ser reconhecido, vestiu-se de peregrino e foi para o local à hora combinada, mas a freira não apareceu (outros relatos dizem que a freira não reconheceu o padre vestido de peregrino). O monge nunca desistiu, e até hoje o seu espírito ensombra a Praça da Quintana dos Mortos.

Outra lenda fala-nos de um peregrino francês chamado Leonard du Revenant, que assassinou o próprio pai, e em peregrinação a Santiago matou também um casal, visto que ele estava apaixonado pela mulher, mas ela não podia ser sua, pois já estava comprometida. Como castigo pelo seus crimes o seu espírito ficou para sempre preso à Catedral de Santiago.

Outros acham que é a alma de um daqueles que repousam no antigo cemitério público que existia nesse local, daí o nome Quintana dos Mortos, ou que seja de alguém que foi injustamente queimado na inquisição,

Motivo de susto e superstição, chegou-se à conclusão que não era mais do que a sombra de uma estátua de um pilar de granito que, ao refletir a luz do fim do dia ou da iluminação pública, projeta a sua sombra, tal e qual como o fantasma de um peregrino com capa, chapéu e bordão.

Ultreia et Suseia!

 
 
 

Comments


Copyright 2016 - Artur Filipe dos Santos - Artur Filipe dos Santos - Património, Comunicação e Protocolo

Todos os Direitos Reservados

Email: artursantos.com.pt@gmail.com

ICOM X1 - Universidade de Vigo

ISLA Instituto Politécnico de Gestão e Tecnologia

Universidade Sénior Contemporânea

Universidade Lusófona do Porto

ICOMOS-International Counsil of Monuments and Sites

Archicofradía Universal del Apóstol Santiago

Sociedad de Estudios Institucionales

OIDECOM - Observatório Iberoamericano

de Desenvolvimento e Estudo da Comunicação

Associação portuguesa de Profissionais de Marketing

  • Grey Instagram Ícone
  • Facebook Clean Grey
  • Twitter Clean Grey
  • LinkedIn Clean Grey
bottom of page